terça-feira, 17 de maio de 2011

Bíblia de Jefferson

Por Ailton Elisiário
Grande Orador da GLEPB / Professor da UFCG / Grande Intelectual

*O texto me foi repassado por e-mail e, aproveito o ensejo para publicá-lo neste blog para todos os prezados blogeiros apreciarem de uma boa leitura.

Thomas Jefferson, um dos pais fundadores da nação americana, teve uma vida política bastante rica, ocupando cargos legislativos e executivos tais como deputado e governador da Virgínia, ministro, vice-presidente e presidente dos Estados Unidos. Próximo de sua morte, escolheu para seu epitáfio a expressão “Aqui jaz Thomas Jefferson, Autor da Declaração de Independência Americana, do Estatuto de Liberdade Religiosa da Virginia e Fundador da Universidade de Virgínia.”
Cientista, fazendeiro e arquiteto, sua imensa biblioteca foi incorporada à Biblioteca do Congresso Americano, após o incêndio que a destruiu na guerra de 1812. Jefferson nasceu em 13.04.1743 em Shadwell, Virgínia e faleceu em 04.07.1826 em Monticello, Virgínia. Fazia parte da fraternidade maçônica universal.
Deísta, Jefferson em 1813 elaborou uma bíblia fazendo recortes no Novo Testamento dos textos dos evangelhos, retirando destes as partes que considerava sobrenaturais ou que supôs hajam sido incompreendidas pelos evangelistas. O deísmo é uma escola filosófica que ensina ser Deus um ser superior, criador dos céus e da terra, mas que não intervém no seu funcionamento, permitindo que o universo realize seu curso na conformidade das leis naturais. Sua doutrina considera a razão como o caminho capaz de assegurar a existência de Deus, desconsiderando a prática de qualquer religião. A maioria dos deístas mostra respeito aos ensinamentos morais de Jesus.
A Bíblia de Jefferson ou mais formalmente A Vida e a Moral de Jesus de Nazaré, é formada de versículos dos 4 evangelhos, dispostos misturados numa ordem cronológica criando uma só narrativa. Inicia com a história do nascimento de Jesus e termina com o seu sepultamento. Começa, assim, com Lucas 2 e Lucas 3, depois Marcos 1 e Mateus 3, terminando com João 19, estando distribuída em 17 capítulos.
Os versículos anotados por Jefferson são aqueles que não falam de anjos, profecias, milagres e nem fazem referências à Trindade, à divindade de Jesus e sua ressurreição. Exclui também aqueles que falam de condenação eterna e igreja institucionalizada. De modo que, foram selecionados os versículos que tratam dos aforismos morais e das parábolas de Jesus, constituindo assim um código de moral cristã despido do sobrenatural e de qualquer dogma religioso. Como o próprio Jefferson falou ao concluí-lo: “o que resta é o mais sublime e benevolente código de ética já oferecido ao homem”.
A nação americana foi formada sob a influência dos iluministas europeus. Thomas Jefferson, juntamente com John Adams, Benjamin Franklin, Thomas Paine, George Washington e outros, disseminaram os princípios deísticos produzindo sólidos efeitos sobre as estruturas política e religiosa dos Estados Unidos. Daí, a Bíblia de Jefferson ser considerada um código de ética cristão pleno de racionalidade, sem as amarras do sobrenatural próprias das religiões, ou seja, um guia moral dentro do agigantado labirinto da vida.

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