segunda-feira, 12 de julho de 2010

Ser historiador

Os post's anteriores a este brincam muito com a profissão a qual escolhi para seguir. Os amigos devem estar pensando: "mas é tão ruim ser historiador?", a isto poderia ironizar ao ponto de dizer: "é o mesmo que ser professor no Brasil hoje", mas não serei tão cruel assim, nem tampouco sarcástico.
Ser historiador é entender a essência do nosso presente, é compreender o nosso passado, criticando esse presente. Em outras palavras é "muito massa".
Infelizmente a nossa realidade evidencia outras profissões e por isso brincamos um pouco com isso, mas ser historiador é tão fundamental e importante quanto um médico. Imaginem como seria para alguém descobrir o passado de sua família se não fosse por meio da história, ou melhor das fontes históricas... Que cidade iria construir-se num espaço sem a História?
Historiadores somos todos nós, críticos, que investigamos o passado, portanto, história não é coisa apenas de museu, nem tampouco de professor licenciado nesta área do conhecimento. O que nos vale saber é que a partir do momento em que nós pensamos, analisamos e criticamos - positiva ou negativamente - estamos fazendo História.
Se há uma coisa que costumo mencionar, principalmente aos meus alunos é que "tudo é História", até mesmo aquela pedra de calçamento. Mas como assim? Pegando o exemplo dessa dita pedra de calçamento, existem razões pelas quais ela foi colocada ali, além disso ela fora colocada numa determinada gestão municipal, por conseguinte temos a importância da rua e a seguinte pergunta, bem óbvia - diga-se de passagem - "que rua é esta?", "seria uma rua comercial? uma rua onde moram pessoas ditas importantes no meio social do município?", dentre outras perguntas que vão construíndo um perfil; e este perfil é fundamental para o historiador, e são perguntas que, dentro de sua pesquisa o historiador faz as suas fontes.
E o que vem a ser "fontes históricas"? é tudo aquilo que auxilia o historiador em sua pesquisa, por exemplo, a pedra de calçamento mencionada acima; é o documento que pode ser, dependendo da pesquisa uma certidão de casamento, nascimento, óbito, registro de casa, dentre outros; é um diário de uso pessoal, enfim, tudo aquilo que mostre comprovação, tendo em vista que a História mostra-se como uma ciência, e como toda ciência necessita de algo comprobatório como, por exemplo, a matemática é uma ciência exata porque seus estudos culminam sempre na mesma resposta, embora que muitos dos meus colegas matemáticos, físicos, químicos venham a discordar em partes, mas na sua essência é isso. A História é ciência porque necessita de comprovação e esta vem a partir do documento, da fonte histórica. Mas a História é uma ciência humana, porque estuda o social. Mas que parte do social? O seu passado.
Portanto, concluímos que o historiador é um cientista do social, ou seja, estuda o passado através de fontes que possam comprovar que determinado fator é realmente fruto de uma vivência em sociedade, para isso temos as correntes historiográficas que aí é um grancho para outro post.

História é isso, e ser hstoriador é esse ser que traz a tona o passado!

Somos loucos! Loucos, sim! Mas são os loucos que fazem a História!

5 comentários:

  1. Olá, Professor Jefferson

    A Clio agradece por mais esse excelente espaço na web. Meus parabéns pelo post!

    Muito obrigado também por seguir o Saiba História!

    Abraços, :-)

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  2. Agradeço vossas felicitações e possamos nós utilizarmos este espaço que é a internet em favor próprio, quem sabe até como fonte historiográfica.

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  3. É um questionamento com um grau de complexidade um pouco elevado para quem não é profissional da História. Muito em virtude da tão resistente "História Positivista" ser ainda predominante nas salas de aula do nosso país. Mas "o que é História?" Qual ofício do historiador?" Concordo com suas considerações e sabemos que tais indagações não se encerram por ai. O tema é um pouco mais extenso. Acho que o mais importante disso tudo é tentarmos retirar essa roupagem da História como sendo "a guardiã das coisas velhas". A História tem sim relação com o passado, mas é muito mais que isso. Cabe a nós, profissionais da História, apresentar essas outras faces da nossa área de atuação. Sobre o tema gosto muito das seguintes obras:FLORESCANO, Enrique. “A função social do historiador”. Tempo. Vol. 2, n° 4 (Dezembro 1997), PP. 65-79; CARR, Edward. “O historiador e seus fatos”. Que é história? 5° Edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, PP. 11-29; BLOCH, Marc. Apologia da História ou Ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2001. PARABÉNS PELO BLOG!!!
    Leonardo Oliveira (historiadorleo.blogspot.com)

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  4. Deveras meu amigo Leonardo o oficio do historiador traz consigo temas e estudos bem mais complexos que convenhamos incomoda até nas academias. E em se tratando delas, é interessante como nas grades curriculares nos colocam a Escrita da História para que possamos entender o que vem a ser História e nos deparamos com as seguintes interrogações: "O que é História?" "O que ela estuda?" e, a principal pergunta e a mais intrigante, ao meu ver "Como ela estuda?".
    É fácil responder a um grupo de alunos leigos naquilo que História é uma ciência que estuda o passado da humanidade, isso num tom bem geral e sem mais considerações, mas aí um tom mais complexo, como se estuda História? Como um profissional dessa ciência se comporta frente ao seu objeto de estudo?
    Sabemos nós que a História é fragmentada atualmente, ou seja, passamos do tempo da História Geral dos positivistas e passamos para a História do Brasil dos tópicos tais como escravidão, cultura, etc., embora que tenhamos, obviamente a primeira História de nosso país sendo construída nesse estilo positivista. Mas vamos aos fatos, mesmo que um historiador venha a estudar um fato isolado qual será o comportamento daquele cientista social? Perceba que são várias as interrogações que nos levam acerca de um mesmo objeto de estudo: A História.

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  5. Adorei a postagem! Esclareceu muitas dúvidas. Parabéns.

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